(Re)começo

Deitada na cama, ansiava por uma pílula que a fizesse dormir. A leitura do livro de cabeceira não lhe trouxe a paz que buscava. Apagou a derradeira luz e transformou-se em breu.

Acesos apenas seus pensamentos, que incansáveis lembravam-na a todo instante de sua existência. “Somente o que morreu não muda” – a amiga disse-lhe alguns dias antes. E assim, seguiu buscando reconhecer o que em si mantinha-se vivo. O que em si mudara.

Virou-se de lado reposicionando o corpo, realinhando ideias, procurando conforto. Em vão. Cobriu-se buscando proteção.

Pensou nos seus desejos e no que parecia ser um recomeço. De olhos fechados, soube que o sono superficial dava vazão à profundidade dos seus sentimentos.

Reconheceu que seriam dias difíceis.

Respirou fundo e corajosamente anunciou, muda, o começo do novo.

Aline Serfaty

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Revisado por Fabiana Serra 

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6 comentários sobre “(Re)começo

  1. Como você, a pessoa também temeu pou dias difíceis. Como eu. Respiramos fundo e corajosamente anunciamos, muda, o começo do novo. Já é dia 10. Vamos juntas!

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  2. Difícil aceitar que o passado não volta e que precisa haver uma mudança de rumo. Difícil (re)começar, (re)aprumar, encontrar o novo ritmo. Mas é uma questão de escolha diante da vida.

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  3. Ano novo. Momento ideal de reorientação de caminhos. Há de se focar no futuro e não deixar que pensamentos fragmentados insistam em remodelar o passado, suplicando perdão pelos erros cometidos. Coragem para recomeçar. A inércia é a maneira mais cômoda de levar a vida.

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