
Há semanas que parecem andar para trás, em marcha à ré, onde a noite volta a ser dia e o dia volta a ser noite. Uma verdadeira decepção aos esperançosos. A ansiedade se manifesta nas lágrimas dos poros e no farfalhar do coração. O e-mail não chega, o telefone não toca, o homem não olha. A mulher cala-se. Todos em conluio despercebem. E eu, no palco da vida, fito a plateia que olha, mas não observa, que pensa, mas não vislumbra e que quer, mas não almeja. Como?
A noite cai novamente, ainda de trás para a frente. E com ela, sou invadida por sonhos que profetizam, reclamam. Insuflam meus pensamentos como verdadeiros tornados de esperança. Eu, protagonista deste palco, olho a plateia de novo e vejo almas distraídas presas a corpos atados ao chão. Corpos que não dão asas ao coração, à criatividade, à emoção. Penso em convidá-los para um voo por aí. Talvez alguém aceite. Talvez não. Talvez…
Percebo minha consciência tentando se reapropriar de mim. Mas antes de abrir os olhos, escuto um último grito do inconsciente: “Cuidado! Esses perigosos ventos me parecem de vanguarda.” E com a certeza dos corajosos, grito de volta: “Eu sou a vanguarda!”
Aline Serfaty
Revisado por Fabiana Serra
Uma consequência das adversidades cotidianas é a proximidade da depressão e da melancolia. É preciso coragem e atitude para enfrentá-las, para que o vento sopre sempre no sentido da felicidade. Não se pode ser coadjuvante da própria vida.
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Concordo, Paulo! Sonhemos e alto. Sempre.
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“Corpos que não dão asas ao coração” -a frase me remete à coisa fragmentada, incompleta, infeliz.
Dar asas ao coração é perder o pudor, se revelar, ter coragem, abraçar o desejo e se deixar levar. A vida ganha mais brilho.
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E como é bom abraçar o desejo e deixar a vida brilhar. Essa coragem é para poucos. A maioria dorme e sublima em gavetas fechadas as asas do coração.
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“Sonhos” me deixou inquieta. Preciso descobrir por que… Talvez esteja me faltando coragem de gritar. Vou tentar animada por seu ímpeto… Mas vanguarda, não. Obrigada!
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Que a inquietude destas palavras possa liberar teus gritos, tuas gargalhadas e alegrias. Anime-se sempre! Bjs!!
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“Sonhos” me deixou inquieta. Talvez esteja me faltando coragem para enfrentar os ventos. Sigo sua trilha. Quem sabe consigo? Mas sem vanguarda. Obrigada!
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