Ouçam as Mulheres

No Rio de Janeiro, a pintura no muro do Humaitá é clara:
“Ouçam as mulheres”
Cores vivas ilustram a frase, que no imperativo, deixa o recado
O carro passa rápido, o muro fica para trás, mas faço uma foto
E hoje, foto e dizeres se misturam ilustrando meus pensamentos
Ecoando meus diálogos
Refletindo minhas cores
E marcando o Dia Internacional da Mulher
Quero comemorar
Mas sinto um choro preso, um arranhado na garganta que me impede de brindar
Insisto, quero comemorar
Mas ao redor vejo meninas que se calam
Medo.
Mães mudas que lutam 
Desespero.
Truculência, covardia
Falta…
De amor, empatia
Não quero desistir
Brindemos?
Não, enquanto o machismo estrutural,
a sociedade patriarcal,
e a matança descomunal
seguirem presentes
Quero uma sociedade para além do rosa e azul
Mulheres brilhando
Enxergando-se 
Em casa,
no trabalho,
nas relações,
reconhecendo-se cor
Espalhando amor
E eu, aqui do meu canto,
ergo a taça e brindo:
“Ouçam as mulheres”

Aline Serfaty

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Revisado por Fabiana Serra 

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3 comentários sobre “Ouçam as Mulheres

  1. Olá, Aline querida! A lição é clara e imperativa? A lição é um grito! Sai do fundo do peito: do seu, do meu, dos nossos cansados corações que choram tanta violência que teima em ficar, em sedimentar. Mulheres, ouçam!

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