Subo sozinho porque preciso de paz. Porque o vento que me corta traz o silêncio que preciso ouvir. Subo porque os músculos que me revestem gritam. Querem mexer-se, desalinhar-se. Subo para me sentir maior. Grande. E para olhar ao redor. Fotografar com meus olhos nuvens, montanhas, neve e assim entender que o branco tem várias cores. É plural. Subo para olhar para dentro. De mim. Peço ajuda, mas não escuto resposta. Só escuto o vento que teima em cortar-me. Fundo. Desço e me sinto melhor.
Aline Serfaty
facebook.com/contocurtasetcetera
Revisado por Fabiana Serra