
Ele um dia foi embora porque agiu como os sensatos. Onde sobrou razão, faltou emoção. E ela ficou sem saber o que fazer com tudo o que carregava. Não era pouco. Era paixão.
Lamentou por desconhecê-lo. Melhores viagens, melhores amigos, melhores livros, seu passado. Lamentou pelas mesas de bar que pouco dividiu e pelo amor que não fluiu. Beijo, abraço, descaso.
Beijo que se repartiu. Abraço que subtraiu. Descaso – acaso?
E o amor que nunca foi inteiro. Foi metade. Um aqui e outro lá.
Aline Serfaty
facebook.com/contocurtasetcetera
Revisado por Fabiana Serra
Metade sugere divisão. E dividir é subtrair, retirar um pedaço, ficar incompleto. Não parece legal. A gente procura o todo, o inteiro. A gente quer que transborde, exceda. Entretanto, as pessoas têm expectativas diferentes. Às vezes, pensamos que estamos recebendo a “metade” quando, na verdade, o outro está dando tudo.
Adorei o texto!
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Perfeita análise! Um pensa se entregar, outro entende metade. E assim seguimos tentando entender toda essa matemática. Adoro que leia e comente. Sua opinião sempre é muito importante! Bjs
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